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Gabriel Bernardino: “ASF quer ser catalisador de inovação na era da IA”

Gabriel Bernardino, José Galamba de Oliveira e Nuno Martins defenderam que a IA deve servir para reforçar a robustez do setor segurador numa conferência na Universidade Católica

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O supervisor nacional de seguros pretende “assumir um papel de catalisador de inovação na era da inteligência artificial” afirmou Gabriel Bernardino, presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) em conferência, promovida esta terça-feira pela Universidade Católica de Lisboa.

 

Na conferência, dedicada ao impacto da inteligência artificial (IA) na transformação do setor segurador em Portugal, esteve também José Galamba de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), e Nuno Martins, presidente da Associação Nacional de Agentes e Corretores de Seguros (APROSE), que integraram um painel de debate.

Naquela que foi a sua primeira intervenção pública enquanto presidente da ASF, Gabriel Bernardino abordou o papel da regulação na adoção de novas tecnologias no setor. Defendeu que o principal objetivo da ASF é “encontrar um equilíbrio que permita ao mercado florescer”. Bernardino reforçou ainda a vontade de diálogo do regulador: “Queremos falar com quem está a inovar. Queremos compreender que produtos e modelos estão a ser introduzidos no mercado.”

 

O presidente da ASF destacou também que as prioridades do regulador passam pela “qualidade dos dados, transparência e supervisão humana”, considerando que a IA representa uma oportunidade “para reforçar a confiança e a robustez do setor”.

 

Já José Galamba de Oliveira, em debate, destacou a importância de “saber incorporar estas tecnologias”, reconhecendo que o processo “já está em curso, embora a ritmos diferentes”. O presidente da APS salientou que a IA poderá ter um contributo relevante na análise e interpretação de grandes volumes de dados, mas não só.

 

Por sua vez, Nuno Martins observou que “o mediador está sempre, de alguma forma, dependente das soluções das seguradoras”, mas sublinhou a “necessidade de ser exigentes com as seguradoras para darmos resposta ao cliente”.

 

O debate reuniu ainda João Freire de Andrade, Executive Director da Start Ventures, e Miriam Nicolau da Costa, presidente do Fórum Insurtech Fintech Portugal, que partilharam as suas perspetivas sobre o papel da IA na modernização e eficiência do setor segurador.

 

Miriam Nicolau da Costa defendeu que “as tecnologias podem levar as seguradoras a uma perceção de maior qualidade [por parte do consumidor]”, acrescentando que também contribuem para “um aumento de produtividade”, acelerando, por exemplo, os processos de avaliação de sinistros.

 

Já João Freire de Andrade apontou que “existe um clima pouco propício à adoção da IA”, atribuindo essa resistência, em parte, à atual atuação dos reguladores.

 

A conferência “A Inovação e a Transformação nas Seguradoras em Portugal: Visão dos stakeholders do Setor” foi promovida pela NTT DATA Portugal e a CATÓLICA-LISBON Executives e foi realizada no âmbito da formação executiva “Inovação e Transformação em Seguros”. O debate foi moderado pelo Paulo Bracons, da CATÓLICA-LISBON, e Nuno Albuquerque e Castro, Partner & Head of Insurance da NTT DATA Portugal.

 

ECOseguros 15/10/2025

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